A arquitectura barroca é o estilo arquitectónico praticado durante o período barroco, que se inicia a partir do século XVII e decorre até a primeira metade do século XVIII (1600 a 1780). A palavra "barroco" define uma pérola de formato irregular.
CARACTERÍSTICAS DA ARTE BARROCA :
Destinava-se a fascinar pelos sentidos e a veicular uma mensagem ideológica através:
. do movimento curvilíneo, real ou aparente;
. da assimetria;
. do jogo da luz e da sombra;
. da busca do infinito, do teatral, do fantástico;
. do cenográfico.
Na arte religiosa, procurou aprisionar o crente pelos sentidos – visual, auditivo, olfactivo – de forma a provocar emoção, afectividade e misticismo.
Definiu uma arte nova e original em termos de linguagem decorativa, mais fantasista, mais imaginativa, mais cénica, mais ao gosto pessoal dos seus criadores.
Foi uma arte que se aliou ao poder: dos reis e da Igreja.
ELEMENTOS DEFINIDORES DA ARQUITECTURA BARROCA:
Utilização de elementos construtivos do Renascimento:
. uso das ordens clássico-renascentistas (jónica, coríntia, compósita, colossal);
. gramática formal (colunas, entablamentos, frontões);
. proporções modulares (medida o Homem).
Aliança com a pintura, escultura, jardinagem e jogos de água:
. criação de efeitos perspécticos e ilusórios, nas plantas, tectos, cúpulas, pela decoração;
. criação de ilusão do movimento;
. combinação e abundância de linhas opostas reforça efeito cénico;
. uso de jogos de claro-escuro pela construção de massas salientes e reentrantes (sinuosas ou lisas).
Elementos construtivos usados como elementos puramente decorativos:
. uso de colunas torsas, helicoidais, duplas ou triplas e escalonadas;
. uso de frontões centrais para reforçar o movimento ascensional das fachadas;
. uso de decorações naturalistas.
CARACTERÍSTICAS DA ARQUITECTURA RELIGIOSA:
Houve uma necessidade de adaptar as igrejas às exigências dos princípios religiosos saídos do Concílio de Trento.
PLANTAS :
. apresentam uma grande diversidade formal (formas geométricas curvas, elípticas e ovais, irregulares como as trapezoidais, e estreladas);
. plantas de nave única que se apresentam segundo duas tipologias:
- rectangulares, a nave central alonga-se, empurrando as naves laterais de modo a ficarem reduzidas a capelas abertas para o espaço central;
- elíptico-transversais e elíptico-longitudinais;
PAREDES :
. exteriormente, para se adequarem aos desenhos sinuosos das plantas, alternaram entre côncavas e convexas, formando paredes ondulantes, criando surpresa e efeitos luminosos;
. interiormente, estão cobertas por estuques, pinturas, retábulos em talha dourada, criando a ilusão de um espaço maior, ligando tecto e parede;
COBERTURAS :
. abóbadas, sustentadas por contrafortes exteriores, decorados com voluptas ou orelhões ;
. cúpula colossal (representava simbolicamente o Céu); prolonga as paredes;
FACHADAS :
. seguiram primeiro o esquema renascentista e maneirista (o corpo central tem um grande frontão que acentua a verticalidade);
. mais tarde apareceram fachadas mais caprichosas:
- divididas em andares;
- formas onduladas (côncavas e convexas) e irregularidades, contribuem para o jogo de luz e sombra;
. portal principal tem maior ênfase pela decoração vertical e pela acumulação de ornamentação - esculturas, frontões, colunas;
. torres sineiras, nos lados da fachada, são elementos independentes que reforçam a verticalidade.
DECORAÇAO INTERIOR
. pinturas a fresco:
- com linhas ondulantes, serpentinadas, turbilhões de figuras voadoras, querubins e anjos, inseridos numa luz celestial, ascendendo ao infinito, na procura de Deus, através de invisíveis linhas de perspectiva;
- valorizadas pela luz dos janelões, das janelas e da cúpula com lanternim;
- reescreviam a história da religião e a ordem divina com uma exuberante alegria;
. mármores policromados
. talha dourada
. esculturas
. retábulos
. Telas
. órgãos
Maneirismo é o nome empregado para designar as manifestações artísticas desde 1520, momento quando se inicia a crise do renascimento, até o início do século XVII. Todo esse período foi marcado por uma série de mudanças na Europa, que envolveram os movimentos religiosos reformistas e a consolidação do absolutismo em diversos países.
As guerras que envolveram a Itália e posteriormente a força da Inquisição irão determinar um grande êxodo de artistas e intelectuais em direção à outros países; "Os grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo".
Nesse sentido se perceberá que o maneirismo tem características variadas, difícil de reuni-las e um único conceito.
O termo Maneirismo foi utilizado por Giorgio Vasari para se referir a "maneira" de cada artista trabalhar. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começam a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
Muitos críticos consideram que o maneirismo representa a oposição ao classicismo e ao mesmo tempo, manteve-se como tendência artística até o desenvolvimento do Barroco, que marcaria a nova visão artística da Igreja Católica, após o movimento de contra reforma Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo propriamente dito.
Os artistas passam a criar uma arte caracterizada pela deformação das figuras e pela criação de figuras abstratas, onde não havia relação direta entre o tamanho da figura e sua importância na obra.
ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na decoração.
Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento. A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a
necessidade de renovação.
ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista.
PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte. Uma estética inteiramente original, distanciada dos cânones clássicos renascentistas, começa a se insinuar
dentro das novas obras pictóricas.
Imagens do Renascimento:
Os humanistas consideravam a Idade Média um período de “Trevas Culturais”, por terem sido esquecidos os modelos da cultura greco-latina. O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel da realidade. Embora grandes admiradores da cultura clássica, os artistas e intelectuais do Renascimento, adquirindo maior confiança na sua própria capacidade, não se limitaram a imitar os modelos antigos passaram a buscar inspiração na natureza que os cercava.
Esse movimento, cujo berço foi a Itália, teve em Florença e Roma seus dois centros mais importantes.
E pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).
Personagens que se destacaram:
Giotto da Bondone (1266?-1337?), pintor e arquiteto italiano. Nasce em Florença, estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.
Rafael Sanzio (1483 - 1520), que se destacou por suas Madonas, série de quadros da Santíssima Virgem, diversos painéis nas paredes do Vaticano e várias cenas da História Sagrada, conhecidas com Bíblias de Rafael.
Donatello (1386?-1466), escultor italiano. Donatto di Bardi nasce em Florença, começa como ourives e aos 17 anos aprende a esculpir em mármore. Inicia-se, como assistente, nas portas do batistério de Florença e realiza uma obra imensa. Esculturas como Davi, Madalena e São Jorge estão entre as mais marcantes, por seu poder de produzir tensão emocional.
Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, arquiteto, inventor e escritor italiano. Nasce em Florença, se torna aprendiz de Andrea Verrocchio e recebe a proteção de Lorenzo de Medici. Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco da Última ceia. Em Florença, entre 1503 e 1506, pinta a Mona Lisa. Vive em Roma, entre 1513 e 1517, onde se envolve em intrigas do Vaticano, e decide ir se juntar à corte do rei francês Francisco I. Nos estudos científicos, prenuncia a invenção de peças modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado sobre a pintura é um dos livros mais influentes da história da arte. O maior representante do Renascimento, Da Vinci inaugura o antropomorfismo em sua arte e pensamento: “O homem é a medida de todas as coisas”.
Miguel Ângelo (1475-1564) escultor, pintor, poeta e arquiteto italiano. Nasce em Caprese, estuda em Florença e ganha a proteção de Lorenzo Medici. Em Roma, aos 23 anos, inicia a Pietá. De volta a Florença, esculpe Davi e pinta A Sagrada Família. Em 1508 começa a pintar sozinho os afrescos do teto da Capela Sistina, trabalho que dura quatro anos. Em 1538 pinta a parede do Juízo Final, na mesma capela. Oito anos depois, projeta a cúpula da Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo, retoma a Pietá e esculpe também a Pietá Palestrina e a Pietá Rondanini.